terça-feira, 1 de novembro de 2011

DEGOLADENSES HOMENAGEADOS

Hoje, dia 01-11-2011, pelas 10h30, no cemitério de Nossa Senhora da Graça dos Degolados, ocorreu uma simples, discreta mas sentida Homenagem em memória de dois degoladenses que "já partiram" e que deixaram relevante marca social no concelho de Campo Maior.
A cerimónia foi da iniciativa da direcção da Casa do Povo de Campo Maior e, representantes dos órgãos sociais daquela instituição vieram colocar lápides nas campas de Adriano Cirilo, meu pai, e de Rogério Martins, como gesto de gratidão pela dedicação de ambos ao serviço da Casa do Povo.
Fiquei sensibilizado pela iniciativa e pelas palavras emocionadas proferidas na ocasião pelo Sr. Borrega, actual presidente da Casa do Povo, de Vidal Cirilo, também da direcção e pelo Sr. Favita, que também já desempenhou o cargo de presidente, sendo este último um grande companheiro do meu pai e do Rogério em muitas jornadas de luta.
Dizem que não é correcto fazermos avaliações daqueles que nos são queridos mas isso pouco me importa e digo com toda a convicção o seguinte:
Adriano Cirilo e Rogério Martins, foram dois degoladenses que classifico de "guerreiros", pois sempre lutaram pelo bem Comum, por vezes com prejuízo da suas vidas pessoais e familiares. Já o faziam antes da Revolução de 25 de Abril de 1974 e continuaram até poderem, cada um à sua maneira mas sempre no intuito da defesa dos oprimidos e injustiçados. Eram pessoas honestas e com muito amor por Degolados e fizeram parte de várias instituições, tais como o União Futebol de Degolados, a Junta de Freguesia de Degolados, a Casa do Povo de Campo Maior, o Centro de Dia e Lar de Degolados, a Cooperativa Agrícola Vasco Gonçalves e o Sindicato dos Trabalhores Agrícolas. Não estavam nestas instituições por dinheiro mas pela defesa das justas causas sociais, pela camaradagem e solidariedade e recordo-me bem de que o meu pai, estando na direcção da Junta de Freguesia e havendo na sua habitação, onde eu morava na altura, grandes carências económicas, deixava na dita Junta parte ou total remuneração que lhe pertencia, em prol de obras públicas que eram necessárias efectuar ou para ajudar economicamente algum camarada que estivesse desempregado.
Resolvi publicar estas palavras para que fiquem em memória e documentadas mas tenho pena que não possam ser lidas por todos quanto lutaram ao lado de Adriano Cirilo e de Rogério Martins, aqueles que sabem dar o valor à Liberdade e que sabem o quanto custou a sua conquista.
Nesta sociedade actual recheada de pessoas materialistas e narcisistas fazem falta altruístas como Adriano Cirilo e Rogério Martins.

sábado, 14 de maio de 2011

GERAÇÕES "À RASCA"

Hoje apresento um tema que não é da minha autoria, embora eu já tivesse preparado um em rascunho, muito semelhante, que tinha intenção de publicar. Este artigo chegou até mim, anonimamente, por correio electrónico. Está muito bem elaborado e, por o considerar de boa qualidade e por estar de acordo com quase todo o seu conteúdo, “meto a viola no saco e escuso-me a acrescentar mais palavras”.



Um dia, isto tinha de acontecer.

Existe uma geração à rasca?

Existe mais do que uma! Certamente!

Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa

abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes

as agruras da vida.

Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar

com frustrações.

A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também

estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.

Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância

e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus

jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a

minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos)

vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós

1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.

Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram

nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles

a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes

deram uma vida desafogada, mimos, entradas nos locais de diversão,

cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível , dinheiro

no bolso . Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram

goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama,

mesa e roupa lavada.

Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o

melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas

vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não

havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado

com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego.A

vaquinha emagreceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.

Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem

Pavilhões Atlânticos e festivais de música, bares e discotecas onde

não se entra à borla nem se consome fiado.

Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar

a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário

de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.

São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e

da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que

os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade,

nem dos qualquer_coisa_phones ou i_pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter

de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e

que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm

direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas,

porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem,

querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo

menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.

Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por

escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na

proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que

o país lhes alimenta o ego , mas que são uma ilusão, pois correspondem

a pouco conhecimento e a duvidosa capacidade operacional.

Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em

sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso

signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas

competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.

Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por

não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração

que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que

queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a

diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que

este, num tempo em que nem um nem outro abundam.

Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo

como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as

foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.

Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não

lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.

Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.

Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de

montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o

desespero alheio.

Há talento e cultura, capacidade e competência, solidariedade e

inteligência nesta geração?

Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!

Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no

retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e

nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos

nós).

Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados

pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham

bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados

académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos

que só estorvam os outros e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos

nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares

a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no

que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida

e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.

Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.

Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme

convicção de que a culpa não é deles.

A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem

fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e

a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.

Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.

Haverá mais triste prova do nosso falhanço?

Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de

uma generalização injusta.

Pode ser que nada/ninguém seja assim.



...Haverá excepções certamente!

quarta-feira, 23 de março de 2011

NÃO SOU MÁ PESSOA

Caros leitores, após um interregno nas postagens do meu blog, eis que volto à actividade. Poderão ter pensado que desisti de escrever por falta de inspiração mas desde já vos digo que não foi por isso. Os motivos foram outros e, de entre eles, saliento problemas de saúde, ainda não vencidos na totalidade,  e aderência ao famoso Facebook onde tenho tido intensa intervenção como comentarista em artigos de amigos. Confesso, no entanto, que este interregno também se deveu a uma tentativa de acalmar ânimos ou seja não provocar “incêndios” nos relacionamentos dos Campomaiorenses e, em especial nos Degoladenses, porquanto sei que o meu blog é lido por alguns com o intuito de encontrarem alguma abordagem política, pois em algumas das minhas anteriores postagens aludi a divergências que denotavam teor político. Devo referir, caros leitores que, embora tenha os meus ideais sobre Política, não os revelarei por enquanto e só o farei daqui a dois ou três anos, caso consiga libertar-me das minhas actuais funções profissionais (policiais) ficando fora da efectividade do serviço. Apesar de já terem passado muitos meses depois da época de Verão, onde se registaram muitos fogos que assolaram o nosso País e, pese embora tenham surgido as chuvas de Outono e Inverno, que combateram o flagelo dos incêndios, ainda por aí se vêem “pirómanos”. Não quero, por isso, acalentar expectativas nas pessoas quanto a Política e não quero ser mais um a criar “incêndios” nas relações entre as pessoas e, quando um dia, hipoteticamente, escrever sobre tal matéria, procurarei não fugir a uma trilogia que é meu apanágio: Justiça, Verdade e Amor.


Vou então voltar à edição de postagens mas fá-lo-ei com o cuidado de não revelar, ostensivamente, as minhas intenções políticas e de não ferir seja quem for sobre tal assunto.

Já agora quero falar um pouco mais sobre mim, especialmente para os que não me conhecem bem e sublinhar que não sou má pessoa. Eu sei que não é aconselhável e elegante falarmos de nós próprios e que Deus é o único que pode julgar com inteira razão mas não resisto a referir que tenho uma imensidão de amigos e apraz-me registar que, no âmbito da minha actividade profissional foram-me concedidos Louvores em todos os locais onde tenho prestado serviço, louvores dados por pessoas com idoneidade, com relevante formação cívica e académica e com as quais sempre demonstrei a assertividade que me caracteriza e, nesses louvores, o que mais me honra é o facto de todos enaltecerem o meu grande sentido humanista na relação com o público e com os colegas de profissão, pugnando sempre pela defesa dos injustiçados.