Hoje, ao verificar papéis antigos que guardo, desde há muitos anos, deparei com um pequeno texto, num papel já amarelado pelo tempo, datado de Abril de 1987. Trata-se de um trabalho de Língua Portuguesa, que executei durante uma aula em Torres Novas, na Escola Prática de Polícia, no qual deveria indicar uma perífrase, uma metáfora e uma antítese (figuras de estilo). O título do texto foi indicado pelo professor e então escrevi assim:
" Era um céu alto, sem resposta, cor de frio, aquele que um dia olhei quando foi necessário decidir se ia ou não para o liceu, por ter terminado a escola primária. Eu queria e não queria ir. Queria porque desejava muito continuar a estudar, visto ser bom aluno e pretender, no futuro, alcançar uma carreira de que muito gostava, ser professor. Por outro lado, não queria continuar a estudar, para não tornar mais pesada a vida de meus pais que, coitados, mal ganhavam para comer e que, com o meu ingresso no liceu, que distava alguns quilómetros da minha aldeia, não lhes chegaria o dinheiro para matar a fome.
E, como o céu não respondeu tive de decidir. Resolvi não ingressar no liceu, porque as portas estavam fechadas , para mim e para outros como eu, devido aos malefícios da injusta sociedade facista que, da insuficiência de subsistência não nos livrava..."
Após a elaboração dos textos todos os alunos tiveram de ler o seu mas ao ler o meu a voz embargou-se-me, porque o escrevi com sentimento e porque o seu conteúdo era verídico. Certamente que os jovens de hoje, na sua maioria, devem ficar indiferentes ao meu artigo, mas as pessoas da minha geração (nasci em 1958), sabem ao que me refiro.
Para sensibilização e memória resolvi expô-lo a público.
Saber utilizar o Poder Infinito do Subconsciente é o Segredo para operar milagres.
domingo, 13 de junho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Continuarei a correr...
Quase há cerca de um ano ponderei a hipótese de abandonar a prática do atletismo, na vertente competitiva, tendo em conta a idade (tenho 52 anos) e disso dei conta aos meus companheiros de então que faziam parte do União Futebol Degolados.
Estávamos em Agosto de 2009, a poucos dias de ocorrer a meia maratona de Badajoz-Elvas e, quando, durante um treino, um dos atletas que me acompanhava me perguntou se queria participar naquela prova e se me iria inscrever na próxima época, respondi que não e que ia abandonar o atletismo.
Devido ao facto dos meus acompanhantes do momento me terem animado para continuar a competir, acabei por dizer que iria efectuar os exames médicos e que continuaria a competir embora sem comparecer a todas as provas.
Em Outubro de 2009, ocorreram algumas situações que motivaram que os companheiros acima aludidos tivessem saído do atletismo do União Futebol Degolados, no qual me mantive acabando por ter de gerir uma equipa demasiado grande e complexa, da qual falarei noutro artigo, pois hoje quero falar de mim e da minha performance atlética e das intenções de prosseguir a correr e a competir.
O início da presente época foi conturbada com diversas mudanças ocorridas na minha vida, não só pela ocupação da gestão da equipa, repleta de jovens (crianças/adolescentes) mas também por ter sido promovido na minha carreira profissional e ter sido transferido de Elvas para Portalegre, passando a exercer funções de chefia no ramo de Recursos Humanos e outros serviços administrativos, novas funções a que tive de me adaptar e que são de grande complexidade.
Tais situações acabaram por prejudicar os meus treinos de atletismo e só agora, em final de época, estou a ter tempo para mim, para a minha preparação individual. Apesar de treinar quase sempre só, sinto que estou com um rendimento nunca antes registado e a isso se deve o facto de respeitar o meu ritmo de corrida, sem loucuras de tentar acompanhar outros de melhor performance, embora, por vezes, faça treinos que parecem provas.
Respeitando o meu ritmo de corrida tenho evitado lesões, muito frequentes noutros tempos, sendo que os meus ex-companheiros de treino, chamavam-me “Riad Lesões”.
Esta época apenas sofri uma lesão e ocorreu num dia em que fui treinar com o meu amigo Paulo, atleta do Club Elvense de Natação, um senior de qualidade, numa extensão de 9,300 Km, em 40 minutos, sem efectuar o devido aquecimento muscular, lesão que agravei pouco dias depois , quando pensava que já estava recuperado.
Antes de me lesionar estava numa forma física que me fazia crer que, poucos dias depois na prova da corrida de 10 Km da cidade de Vendas Novas, iria fazer um tempo de cerca de 42 minutos ( muito bom para mim) e se tal conseguisse talvez saísse mesmo do atletismo, satisfeito por ter feito uma boa marca, mas como não consegui vou continuar e, se Deus quiser, em Maio de 2011 lá estarei nessa linda prova para tentar conseguir um bom tempo, já que, na prova deste ano, acabei por gastar 45 minutos e 15 segundos, fazendo os últimos 5 km a coxear, gastando mais 30 segundos que em 2009.
Com a força que se ganha com as adversidades, com a energia que emana do universo, com o poder que Deus nos permite utilizar, continuarei a correr.
Estávamos em Agosto de 2009, a poucos dias de ocorrer a meia maratona de Badajoz-Elvas e, quando, durante um treino, um dos atletas que me acompanhava me perguntou se queria participar naquela prova e se me iria inscrever na próxima época, respondi que não e que ia abandonar o atletismo.
Devido ao facto dos meus acompanhantes do momento me terem animado para continuar a competir, acabei por dizer que iria efectuar os exames médicos e que continuaria a competir embora sem comparecer a todas as provas.
Em Outubro de 2009, ocorreram algumas situações que motivaram que os companheiros acima aludidos tivessem saído do atletismo do União Futebol Degolados, no qual me mantive acabando por ter de gerir uma equipa demasiado grande e complexa, da qual falarei noutro artigo, pois hoje quero falar de mim e da minha performance atlética e das intenções de prosseguir a correr e a competir.
O início da presente época foi conturbada com diversas mudanças ocorridas na minha vida, não só pela ocupação da gestão da equipa, repleta de jovens (crianças/adolescentes) mas também por ter sido promovido na minha carreira profissional e ter sido transferido de Elvas para Portalegre, passando a exercer funções de chefia no ramo de Recursos Humanos e outros serviços administrativos, novas funções a que tive de me adaptar e que são de grande complexidade.
Tais situações acabaram por prejudicar os meus treinos de atletismo e só agora, em final de época, estou a ter tempo para mim, para a minha preparação individual. Apesar de treinar quase sempre só, sinto que estou com um rendimento nunca antes registado e a isso se deve o facto de respeitar o meu ritmo de corrida, sem loucuras de tentar acompanhar outros de melhor performance, embora, por vezes, faça treinos que parecem provas.
Respeitando o meu ritmo de corrida tenho evitado lesões, muito frequentes noutros tempos, sendo que os meus ex-companheiros de treino, chamavam-me “Riad Lesões”.
Esta época apenas sofri uma lesão e ocorreu num dia em que fui treinar com o meu amigo Paulo, atleta do Club Elvense de Natação, um senior de qualidade, numa extensão de 9,300 Km, em 40 minutos, sem efectuar o devido aquecimento muscular, lesão que agravei pouco dias depois , quando pensava que já estava recuperado.
Antes de me lesionar estava numa forma física que me fazia crer que, poucos dias depois na prova da corrida de 10 Km da cidade de Vendas Novas, iria fazer um tempo de cerca de 42 minutos ( muito bom para mim) e se tal conseguisse talvez saísse mesmo do atletismo, satisfeito por ter feito uma boa marca, mas como não consegui vou continuar e, se Deus quiser, em Maio de 2011 lá estarei nessa linda prova para tentar conseguir um bom tempo, já que, na prova deste ano, acabei por gastar 45 minutos e 15 segundos, fazendo os últimos 5 km a coxear, gastando mais 30 segundos que em 2009.
Com a força que se ganha com as adversidades, com a energia que emana do universo, com o poder que Deus nos permite utilizar, continuarei a correr.
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