Saber utilizar o Poder Infinito do Subconsciente é o Segredo para operar milagres.
sábado, 9 de dezembro de 2017
O meu exame da 4ª. classe
Há momentos da nossa vida que recordamos para sempre mas que não registamos de forma adequada de modo a ficar para consulta na posteridade. É certo que, em 2007 e 2009, no âmbito da frequência escolar, denominada Novas Oportunidades, tipo de ensino destinado a adultos que não tiveram as devidas oportunidades escolares quando eram crianças, eu fiz artigos sobre a minha História de Vida mas, nesta não escrevi tudo, embora, um dia, talvez o faça. Nesse trabalho, não registei, por exemplo, a ocorrência que dá título ao presente texto.
É minha intenção fazer um artigo sobre a minha escola, sobre os colegas de que me lembro, da descrição do edifício, das brincadeiras, da simpática e dócil professora Joaninha e do seu esposo e meu professor, Delfim da Conceição Monteiro, homem de uma fisionomia austera, rigorosa, mas um grande profissional. Sim, um grande profissional. Nós, seus alunos, tínhamos de ser os melhores...E, assim, chegando o dia da prova oral do meu exame da 4ª. classe, após a realização do exame escrito, provas efectuadas em Campo Maior, lá estava eu, em frente de um júri de professores, nervoso mas com muita vontade de não desiludir o meu professor, os meus pais, e a mim próprio. Deu-se então início à série de perguntas sobre linhas de caminho de ferro, tipos de rochas, distritos e concelhos de Portugal, colónias ultramarinas, serras, rios, etc. A tudo ia respondendo de forma certeira, o que fez com que os dois professores que faziam as perguntas, tivessem efectuado um pequeno silêncio, o que levou o presidente do Júri, que acho que se chamava Filipe, a perguntar aos seus colegas se pretendiam fazer mais alguma pergunta, ao que um deles, disse o seguinte: "Sr Director, o rapaz parece saber tudo mas não resisto a fazer-lhe mais uma pergunta." E lá fez a derradeira pergunta com a qual, possivelmente, me pretenderia "derrubar": " Ó meu rapaz, sabes-me dizer se o ar é pesado?" . Foi a oportunidade de oiro, para culminar a minha prestação em excelência. Respondi assim:- Sim, sr. professor, o ar é pesado e até lhe posso relatar uma experiência que comprova.Coloco uma bola de futebol, vazia, sobre um prato de uma balança e anoto o seu peso. Seguidamente, encho a bola com um êmbolo e torno a colocá-la na balança e aí notamos que tem mais peso. E até lhe posso dizer, que 1 litro de ar pesa, aproximadamente, 1, 293 g.
Perante esta minha demolidora finalização, o professor que havia feito a última pergunta, virando-se para o presidente do júri, disse o seguinte " Sr. director, desisto, pois o rapaz sabe tudo.
Nos bancos traseiros da sala onde decorria o exame, encontravam-se os pais dos alunos a assistir. Ouvi forte burburinho e olhei para trás. Eram várias pessoas a comentar a minha prestação e a dar os parabéns à minha Mãe.
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